
Na passada sexta-feira, dia 26 de Outubro, antecipando a celebração do dia Mundial da PsorÃase, a Spirituc – Investigação Aplicada em parceria com a agência de comunicação Guess What levou a cabo a primeira edição do b.Health Talks.
Tendo decorrido na Escola Superior de Tecnologia da Saúde em Lisboa, a sessão, sobre o lema “PsorÃase sem Tabusâ€, teve o apoio institucional da PSO Portugal e contou com a participação de um painel diversificado de profissionais de saúde que, durante uma manhã, trouxe para o centro do debate e discussão, o doente.
(o painel de convidados – da esquerda para a direita: Dra. Andreia Fernandes em representação da Ordem dos Farmacêuticos; Eng.º Jaime Melancia Presidente PSO Portugal; Dra. Ana Filipe Monteiro Dermatologia Hospital Distrital de Santarém e Dr. Nuno Costa Monteiro Medicina Geral e Familiar CUF Descobertas e USF Moscavide)
Após uma curta sessão de boas vindas realizada pelos dois responsáveis máximos da organização do evento (e onde foram aflorados também os objetivos gerais desta iniciativa*) coube à PSO Portugal, na pessoa do Eng.º Jaime Melancia, abrir a sessão. Centrada no tema da Teleconsulta – projeto que a Associação tenciona implementar em Portugal a curto prazo – a intervenção pretendeu demonstrar a importância que esta ferramenta (utilizada já noutros paÃses com resultados extremamente positivos) pode assumir enquanto “facilitador†no acesso dos doentes com PsorÃase à consulta (em particular nos doentes residentes fora dos grandes centros urbanos ou com menor capacidade económica). A apresentação suscitou o interesse de doentes presentes na assistência.
(numa plateia composta também por diversos doentes, os convidados tiveram oportunidade de, ao longo da sessão, esclarecer algumas dúvidas com os diferentes oradores)
De seguida, coube Spirituc – Investigação Aplicada, apresentar os resultados de uma investigação realizada durante um periodo de 28 dias consecutivos junto de 10 doentes com PsorÃase. “My Dear Diary…†é um serviço disponibilizado pela Spirituc aos seus parceiros, tendo sido já realizado em diferentes áreas terapêuticas, e pretende ser uma abordagem diferenciadora em que o doente é ouvido na “primeira pessoa†(para mais informações sobre este serviço consulte-nos através de rcosta@spirituc.com ou ablopes@spirituc.com ). Neste caso em concreto o estudo “My Dear Diary: a minha vida com PsorÃase†pretendeu ir para além da máscara, analisando o estigma e auto-estigma, as vitórias e frustrações, a relação com o espelho e a relação com os outros, demonstrando os impactos que, esta doença, tem na esfera emocional dos doentes.
Do estudo apresentado conclui-se por exemplo que, em média, em 60% dos dias os doentes fizeram referências ou associações negativas derivadas da PsorÃase. O mesmo estudo revela igualmente que, em mais de 2/3 dos dias (36%), existiram referências a “olhares dos outros†e, em cerca de 20% dos dias retratados, foram identificados relatos de situações menos agradáveis no âmbito da atividade profissional ou académica dos doentes.
(Rui Costa – Diretor Técnico Spirituc – Investigação Aplicada a apresentar os resultados do estudo My Dear Diary: A minha vida com PsorÃase)
A realização deste estudo permite ainda criar uma categorização dos doentes em diferentes grupos de acordo com caracterÃsticas base de pertença (perfis tipo de doente). Assim, e neste caso particular, percebe-se que metade dos doentes se poderão classificar como “Construtivos†face à doença, 30% encaixa-se na categoria dos “Instáveis†e, os restantes 20%, no grupo dos nos “Conformadosâ€.
(classificação major de doentes – análise realizada no estudo My Dear Diary: A minha vida com PsorÃase)
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A fechar esta apresentação foram ainda revelados os resultados de um VoxPop realizado junto de 412 portugueses sobre a PsorÃase. Os resultados desta consulta popular revelam que mais de 70% dos inquiridos afirmou conhecer (ou já ter ouvido falar) em PsorÃase. No entanto, se é verdade que a esmagadora maioria sabe que se trata de uma doença crónica, a realidade é que 1 em cada 10 portugueses continua a pensar que a PsorÃase é uma doença contagiosa.
A fechar o primeiro painel da manhã, subiu ao palco o Dr. Nuno Costa Monteiro, que teve oportunidade de trazer a debate “O Papel do Médico de FamÃliaâ€. As linhas mestras da apresentação centraram-se nas diferentes dimensões que os Cuidados Primários devem cobrir e assegurar junto destes doentes. Diagnosticar, Tratar, Acompanhar, Informar e Educar; Avaliar impactos na Qualidade de Vida; Mobilizar Recursos e Referenciar foram algumas das ideais-chave da apresentação realizada por este profissional de saúde. Da intervenção resultou ainda uma outra ideia | desejo (que aliás foi pedra de toque à s diferentes intervenções realizadas durante esta sessão): a multidisciplinariedade no acompanhamento destes doentes é fundamental mas, para tal, existe a necessidade de estabelecer uma maior proximidade e articulação entre os diferentes agentes e serviços de saúde.
(“O Papel do Médico de FamÃliaâ€. Dr. Nuno Costa Monteiro da CUF Descobertas e USF de Moscavide partilhou a sua visão sobre aquilo que é o papel e importância dos Cuidados Primários na gestão da doença e dos doentes)
Após uma ligeira pausa, a abertura do segundo painel foi da responsabilidade da Dra. Ana Filipe Monteiro, Dermatologista do Hospital Distrital de Santarém, que trouxe aos convidados um pouco da sua experiência no acompanhamento destes doentes. Para além das diferentes formas que a doença pode assumir e das diversas opções farmacológicas disponÃveis no mercado, a apresentação centrou-se na importância da comunicação motivacional entre o profissional de saúde e o doente bem como na importância que esta assume na gestão da doença por parte do doente.
(A comunicação “PsorÃase na Prática ClÃnica†– Dra. Ana Filipe Monteiro Hospital Distrital de Santarém – trouxe ao debate a importância que a comunicação e a relação médico doente assume na PsorÃase)
Escutados Doentes, Cuidados Primários e Especialistas, faltava ainda ouvir uma peça deste puzzle multidimensional que caracteriza o acompanhamento e tratamento do doente com PsorÃase: O Farmacêutico. Assim, e em representação do Ordem dos Farmacêuticos, a Dra. Andreia Fernandes trouxe a debate o papel que a farmácia comunitária desempenha no acompanhamento do doente com PsorÃase. Pela sua proximidade à comunidade, o farmacêutico tem um papel fundamental no envolvimento e na confiança que cria no doente, nomeadamente, no “responsabilizar†dos doentes no cumprimento da terapêutica prescrita pelo médico. O farmacêutico comunitário é também um veÃculo de excelência na transmissão de informação para os doentes (na disponibilização de material educacional e/ou outras informações mais gerais como a importância da hidratação, a utilização dos produtos de higiene mais adequados, alimentação, etc.). Na opinião da Dra. Andreia Fernandes “O sucesso para o tratamento da psorÃase passa por uma intervenção multidisciplinar dos vários profissionais de saúde em que o Farmacêutico assume um papel fundamental no reforço da importância do cumprimento dos esquemas terapêuticos bem como, em alguns casos, na referenciação ao médico de Medicina Geral e Familiar. O doente deve ser envolvido e comprometido em todo o processoâ€.
(A Ordem dos Farmacêuticos esteve representada no b.Health Talks pela Dra. Andreia Fernandes que trouxe o tema do “Papel da Farmácia Comunitária no Aconselhamento de medidas não farmacológicas e adesão à terapêuticaâ€)
A encerrar esta primeira edição do b.Health Talks, a Guess What Comunicação trouxe um olhar sobre a “A Arte de Comunicação nas suas Vertentes†focando-se esta apresentação na sensibilização que a utilização dos diferentes canais deve assumir na comunicação estabelecida pelas Associações de Doentes com os seus associados e restantes públicos.
(Jorge Azevedo – Managing Partner da Guess What e a “Arte da Comunicação nas suas Vertentesâ€)
Sobre o b.Health Talks: O b.Health Talks pretende ser um projeto aglutinador de vontades e contributos de diferentes quadrantes, um espaço informal para “Pensar Saúdeâ€, fornecendo conhecimento que permita ao doente viver com melhor qualidade de vida.
Nesta sua primeira edição “PsorÃase sem Tabusâ€, o objetivo passou por trazer para o centro do debate o doente, fornecendo uma visão holÃstica do tema que desafiasse os participantes a participar, desmistificando mitos associados à patologia. Um espaço aberto e plural de reflexão. Face aos objectivos que nortearam esta primeira edição poderemos afirmar que esta iniciativa foi um sucesso começando já a organização a trabalhar numa próxima edição.
Esteja atento. Participe.
(O sentimento de dever cumprido por parte da equipa Spirituc – Investigação Aplicada envolvida na realização desta primeira edição do projeto b.Health Talks)